País asiático também busca reduzir a dependência do setor petrolífero
No dia 30 de outubro, foi realizado o II Workshop conjunto Brasil-Índia com ênfase nas tecnologias de Smart Grids e seus impactos nos sistemas de energia, buscando maior eficiência, sustentabilidade e acessibilidade. Estiveram presentes Subhadip Ray Chaudhar e Manisha Wadhwa, da Tata Power Dehli Distribution Ltd., e Ravi Seethapathy, embaixador na América da Global Smart Energy Federation e consultor no India Smart Grid Forum (ISGF). Os representantes foram recebidos pelos professores Luiz Carlos Pereira, Barbara Teruel, Cyro Boccuzzi e Gilberto Jannuzzi nas dependências do Campus Sustentável.
O evento se iniciou pela manhã com a apresentação de Bruna de Souza Moraes, Coordenadora e Pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE), seguida de discussões sobre os temas Smart Grids, Smart Cities e biocombustíveis. Dentre os vários tópicos abordados, foi exposta a possibilidade de colaboração em laboratórios para desenvolver um produto final consistente para cooperativas que coletam resíduos em comunidades de baixa renda. Da perspectiva indiana, foi apontada a dificuldade de desenvolver projetos sociais de acesso à energia em bairros cuja pobreza extrema resulta em residências informais, sem endereço, ou seja, sem identidade para os cidadãos. Garantir e regularizar a distribuição de energia em locais como esse é, portanto, não só uma questão de eficiência e gestão, mas de melhoria da qualidade de vida e dignidade dos cidadãos.
Outra demanda apontada no país asiático é a de diminuir a dependência do setor petrolífero. Por isso, a atuação conjunta em projetos de P&D em biocombustíveis se destacou nos debates. O tema já havia sido abordado pela professora Barbara Teruel no primeiro workshop conjunto, realizado em Nova Delhi, em março de 2024.
Para Cyro Boccuzzi, sócio fundador da ECOee e organizador dos eventos, a expectativa é que ambos os países continuem colaborando em temas como tecnologias avançadas de redes e cidades inteligentes, biocombustíveis, iluminação e gerenciamento de sistemas públicos de energia. Os encontros foram muito produtivos, mas é possível ir além. Os indianos valorizam muito a presença e o engajamento da iniciativa pública e privada junto à academia, portanto é preciso fomentar essas relações para que haja ainda mais realizações em 2025.
Texto e fotos: Julia Devito (bolsista de Jornalismo Científico CPTEn/Fapesp)