Atividades ocorrem de 8 a 10 de maio no campus de Barão Geraldo
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) receberá nos dias 8, 9 e 10 de maio a 1ª edição do Workshop do Projeto Energia Limpa, Vida Sustentável, que atua para promover o acesso à energia elétrica sustentável a comunidades indígenas da Amazônia, localizadas das regiões do Baixo Oiapoque, no Amapá, e da Calha Norte, no Pará. No evento serão apresentados os resultados do primeiro ano de atividades do Projeto.
As mesas de debates serão realizadas no Auditório Fausto Castilho do IFCH Unicamp. Já as exposições artísticas Pahakap: memória e mundo Arukwayeno, da artista Keyla Palikur, e Os povos indígenas e a natureza, de Milton Galibis, serão realizadas no hall da Biblioteca Octávio Ianni. Já as apresentações Teatro Maiuhi & Grupo Musical Indígena Keneihu serão no Teatro de Arena da Unicamp.
Energia Limpa, Vida Sustentável é um dos projetos selecionados pela iniciativa Amazônia +10, que apoia a pesquisa e a inovação tecnológica na Amazônia Legal, com recursos do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), do Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (Consecti) e tem a parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Transmissão de Saberes e Sustentabilidade
O Energia Limpa, Vida Sustentável é desenvolvido por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Unifap (Universidade Federal do Amapá) e Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará) e atende a demanda de indígenas de duas regiões do Baixo Oiapoque – as Terras Indígenas Uaçá, Juminã e Galibi – e também nas Terras Indígenas nas regiões Trombetas-Mapuera e Nhamundá-Trombetas, localizadas na área da Calha Norte.
Na prática, o Projeto promove a geração de energia elétrica limpa por meio de placas solares. O intuito é fortalecer as cadeias produtivas de artesanato locais e facilitar o intercâmbio de conhecimentos entre comunidades indígenas e não-indígenas.
O acesso à energia elétrica para as populações atendidas pelo Projeto representa o acesso à escola, a transmissão de práticas tradicionais e a geração de renda. Esta última por meio de produção de artefatos, como cestaria, cerâmica, trabalhos com miçanga e sementes, entre outros, tanto dentro das comunidades como para a comercialização dos produtos.
Programação
A programação do Workshop é composta por mesas de debates, minicurso e exposições, em um mergulho ancestral e contemporâneo no modo de vida de povos originários da Amazônia.
Os participantes poderão conferir a exposição “Pahakap: memória e mundo Arukwayeno”, da artista indígena Keyla Palikur, do povo Palikur-Arukwayene, Integrante do Coletivo de Artistas Indígenas Waça’Wará, Keyla expressa em sua arte suas raízes, identidade e memória. “Meu trabalho não é apenas uma expressão artística; é um ato de resistência. Nele, busco conectar-me com as raízes que me sustentam, trazendo à tona questões sobre identidade e memória”, revela a artista. Também estão programadas as apresentações do grupo de teatro Maiuhi, diretamente do Baixo Oiapoque, e do grupo musical indígena Keneiuhi, formado por alunos indígenas da Unicamp.