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Pesquisadora do CPTEn recebe Prêmio Mulheres da Energia 2025

Danúsia Arantes foi contemplada no 4º Congresso Brasileiro Mulheres da Energia, realizado em 25 de agosto em São Paulo

Com o objetivo de debater os desafios e oportunidades da transição energética no Brasil a partir do protagonismo feminino, o 4º Congresso Brasileiro Mulheres da Energia o congresso reuniu no Teatro Santander, em São Paulo, especialistas do setor público e privado, acadêmicos, e representantes políticos, entre eles o governador do Pará, Helder Barbalho, e o ex-presidente da República Michel Temer.

O evento homenageou 24 mulheres do setor com o Prêmio Mulheres da Energia 2025, como reconhecimento aos projetos de inovação e transformação por elas representados. Danúsia Arantes, pesquisadora do CPTEn, foi vencedora na categoria Impacto Social por seu trabalho como coordenadora do programa Olhos no Futuro, que desde 2018 desenvolve projetos de sustentabilidade junto a estudantes da rede pública de Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Danúsia Arantes foi uma das contempladas pelo Prêmio Mulheres da Energia 2025

Projetos e desafios da transição

Uma das pautas levantadas durante o congresso foi a da viabilidade de projetos, que dependem não apenas de financiamento, mas de fatores como a legislação e acessibilidade. A legislação ambiental no Brasil é uma das mais robustas, o que não deve ser visto como uma barreira, e sim como um repertório que pode ser utilizado de forma positiva para mitigar riscos em projetos. Para setores de difícil eletrificação, como a indústria de base ou o transporte de longa distância, o gás natural pode ser uma alternativa, oferecendo maior segurança para a matriz energética brasileira. Esses avanços, no entanto, só são possíveis a partir do uso intensivo de tecnologia. Apenas por meio do monitoramento e soluções ancoradas na pesquisa é possível extrair o máximo valor social e energético dos nossos recursos.

Inovação, inteligência artificial e sustentabilidade

O papel da inovação com inteligência artificial permeou diversas falas. Representantes do Instituto Eldorado defenderam a IA como ferramenta para otimizar processos e liberar mais tempo para relações humanas no setor. Ressaltaram ainda a importância de diferenciar erros por negligência de erros decorrentes da experimentação, fundamentais para a inovação. “A IA pode transformar o setor elétrico, mas falta coragem”, afirmou Paula Misan, CEO da Electy, startup que adotou a IA em interações online com usuários para analisar perfis e oferecer as melhores opções de compra.

Juliana Ulian, CEO da GHM Solutions e integrante da equipe de projetos especiais do CPTEn, apontou que a iluminação inteligente pode ser uma porta para a criação de cidades inteligentes e mais sustentáveis. Os gastos com iluminação pública representam cerca de 5% da conta de energia nos municípios, o segundo maior gasto municipal em eletricidade. “Políticas públicas são fundamentais. Precisamos estimular modelos de contratação e regulação que permitam o uso de tecnologias inovadoras”, lembrou.

Entre os temas discutidos, demandas a para a COP30 no Brasil

Voz feminina na transição energética

O congresso também lançou a Carta das Mulheres da Energia, um chamado à COP30, que será realizada em Belém. O governador do Pará, Helder Barbalho, participou da mesa. Para os organizadores, colocar mulheres em posição de liderança na transição energética é assumir compromisso não apenas com a sustentabilidade, mas também com a justiça social e energética. Também foi anunciado o lançamento especial da Associação Brasileira de Mulheres na Energia, que terá Zilda Costa como presidente.

Reportagem: Julia Devito (bolsista de Jornalismo Científico CPTEn/Fapesp)
Fotos: Julia Devito e Pablo Hernandez