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Universidade de Ciências Aplicadas de Landshut, na Alemanha, discute parcerias com a Unicamp

Projeto “Comunidades de Energia” foi um dos focos do encontro

A Unicamp recebeu a visita de representantes da Hochschule Landshut (Universidade de Ciências Aplicadas de Landshut), no último dia 26 de julho. Reinhart Schwaiberger, CEO do Centro de Tecnologia para Energia (TZE), e Astrid Heindel, pesquisadora dos aspectos sociais envolvendo a transição energética e gerente internacional de projetos nessa temática, estiveram no escritório do Campus Sustentável (CS), pela manhã. Eles foram recebidos por Luiz Carlos Silva, Coordenador do CS e Diretor do Centro Paulista de Estudos da Transição Energética (CPTEn), pesquisadores associados, e por Alexandre Roccatto, da Fapesp.

O professor Luiz apresentou o panorama energético brasileiro, e a importância da geração em pequena escala para a integração e para a própria distribuição justa de energia em um país tão grande como o nosso. Comentou sobre os esforços da Unicamp, por meio do CS para diminuir o desperdício e os custos com energia, como a troca de lâmpadas, retrofit dos equipamentos elétricos, e a instalação de painéis fotovoltaicos nos telhados de diversos prédios no campus, entre outros. Bem como mencionou projetos futuros, relacionados ao Hub Internacional de Desenvolvimento Sustentável (HIDS).

Representantes da Universidade de Ciências Aplicadas de Landshut no escritório do Campus Sustentável

Também apresentou o CPTEn, sua missão e eixos temáticos aos visitantes, nos quais estão inseridos o projeto “Comunidades de Energia”, sob a liderança dos pesquisadores Júlio Amstalden, Maria Ester dal Poz, Hugo Hernández-Figueroa, e comentou sobre a aprovação dos novos centros apoiados  pela FAPESP, relacionados ao tema.

Julio explicou como a realidade na periferia de Campinas levou à escolha do bairro (Cidade Satélite Íris) onde o projeto será implementado, e o seu funcionamento, no qual 50 famílias escolhidas farão parte da iniciativa sobre energia compartilhada (gerada a partir de painéis fotovoltaicos a serem instalados ali) para um maior desenvolvimento local. A região inclusive foi visitada anteriormente, no dia 24, quando tiveram a oportunidade de conversar com participantes da OnG Projeto Gente Nova (PROGEN), Dettloff von Simson, Marina Lanna e Cláudio Raizaro.

Conforme explicado pelos pesquisadores, a proposta se insere nas missões buscadas pelo Horizon Europe, alinhado à crise climática e suas consequências. Ainda, de acordo com Reinhart, a universidade alemã é uma das poucas instituições pequenas de ensino e pesquisa a receber apoio financeiro de tal programa europeu.

Visita se estendeu ao bairro Cidade Satélite Íris e à OnG PROGEN

Astrid comentou que as soluções buscadas pelo projeto, para combater a pobreza energética são essenciais para se obter esse tipo de ajuda monetária no desenvolvimento do projeto, e possível ampliação futuramente. Após apresentação de Paulo Ignácio, professor da Faculdade de Ciências Aplicadas  (FCA) da Unicamp, e de Alexandre Roccatto, a discussão se voltou para as oportunidades de parcerias, tanto em relação às formas de convênio, como de ideias de projetos.

Entre os exemplos mencionados pelos alemães, destacam-se o EAGER (Easing Agrophotovoltaic for Europe, ou, em português livre, Facilitando a (produção) Agrovoltaica para a Europa), a ser desenvolvida na Fazenda Argentina. Além da chamada aberta “Sistemas Fotovoltaicos Inovadores e Integrados à Comunidade” (Innovative, Community-Integrated PV Systems), justamente dentro do escopo do projeto apresentado pelo pesquisador Julio. Reinhart Schwaiberger esteve anteriormente na Unicamp para tratar sobre a importância da ciência na diplomacia, junto a outras instituições alemãs, e sem dúvidas esse é mais um passo dado em direção a essa cooperação internacional.

A Universidade de Ciências Aplicadas Landshut foi fundada em 1978 e está localizada na região da Baixa Baviera. Focada em Engenharia, Tecnologia, Negócios e Serviço Social conta atualmente com cerca de 100 docentes e mais de 5 mil alunos.

Texto: Maria Carolina Ribeiro (bolsista de Jornalismo Científico CPTEn/Fapesp)
Fotos: Maria Carolina Ribeiro e Júlio Cesar Amstalden